sábado, 15 de janeiro de 2011

Beatificação de João Paulo II


Papa João Paulo II será beatificado em 1º de maio de 2011. A data foi oficializada na manhã desta sexta-feira, 14, com a assinatura do decreto de beatificação pelo Papa Bento XVI, que recebeu em audiência o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato.
A cura da religiosa francesa Marie Simon-Pierre Normand do Mal de Parkinson foi o milagre reconhecido para a Beatificação.
O Rito de Beatificação será presidido pelo próprio Santo Padre, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no II Domingo da Páscoa - conhecido como da Divina Misericórdia, Festa litúrgica instituída pelo próprio João Paulo II.
"A sua vida e o seu Pontificado foram percorridos pelo desejo de dar a conhecer ao mundo todo [...] a consoladora e entusiasmante grandeza da misericórdia de Deus", afirma o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi.
De acordo com padre Lombardi, a urna com os restos mortais do Papa polonês será transferida das Grutas Vaticanas para o altar da Capela de São Sebastião, na Basílica de São Pedro. No translado, ela não será aberta - logo, não será uma exumação.Ainda não foi decidida a data em que será celebrada a memória litúrgica do Beato João Paulo II. Esse dia será estabelecido pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos após a Beatificação.
Karol Wojtyla - nome de batismo de João Paulo II - foi o 264º Pontífice da Igreja Católica, o primeiro de origem eslava. Ele faleceu em 2 de abril de 2005, após mais de 25 anos como Sucessor de São Pedro.
De acordo com o Cardeal Angelo Amato, a Causa de João Paulo II teve dois aspectos facilitadores.
"O primeiro diz respeito à dispensa pontifícia da espera de cinco anos para o seu início. Já a segunda foi a passagem para um tribunal especial, que não a colocou em lista de espera. No entanto, no que diz respeito ao rigor e zelo processual, não foram dados privilégios. A Causa foi tratada como as outras, seguindo todos os passos previstos pela legislação da Congregação", disse.
Na lista, figuram também os nomes de outros candidatos à honra dos altares através do próximo passo, que é o reconhecimento de mais um milagre para a canonização.


Processo de beatificação
  - 28/04/2005 - Bento XVI concedeu dispensa do tempo de cinco anos de espera para o início da Causa de Beatificação e Canonização de João Paulo II. A causa foi aberta oficialmente em 28 de junho pelo vigário-geral para a Diocese de Roma, Cardeal Camillo Ruini.
 O Vaticano explica que a dispensa pontifícia dos cinco anos de espera entre a morte do candidato a santo e o início da Causa aconteceu devido à "imponente fama de santidade de que gozava João Paulo II em vida, na morte e depois da morte";
  - 2/04/2007 - dois anos após a morte, na Basílica de São João de latrão, em Roma, o Cardeal Camillo Ruini declarou concluída a primeira fase diocesana do processo de beatificação de João Paulo II, confiando os resultados à Congregação para as Causas dos Santos. Isso acontece através de uma cerimônia jurídico-processual durante a qual são lidas, em latim, as palavras para a passagem dos documentos, compostos por 130 testemunhos a favor e contra a beatificação, além da conclusão de teólogos e historiadores a respeito;
  - 1º/04/2009 - os relatos de possíveis milagres pela intercessão do Papa polonês sob avaliação da Congregação para as Causas dos Santos somam mais de 250;
  - 19/12/2009 - com um decreto assinado pelo Papa Bento XVI, são reconhecidas as virtudes heroicas e Wojtyla é proclamado venerável;
  - 21/10/2010 - uma Comissão Médica da Congregação para as Causas dos Santos recebe os Atos da Investigação Canônica, bem como os detalhes das perícias médico-legais, para exame científico. Os peritos, após estudar com o habitual cuidado os testemunhos processuais e toda a documentação, expressam-se favoravelmente quanto à inexplicabilidade científica da cura;
  - 14/12/2010 - os Consultores teólogos, após terem acesso às conclusões médicas, procedem à avaliação teológica do caso e, unanimemente, reconhecem a unicidade, antecedência e caráter coral da invocação destinada ao Servo de Deus João Paulo II, cuja intercessão foi eficaz para a cura prodigiosa;
  - 11/01/2011 - a Sessão Ordinária dos Cardeais e dos Bispos da Congregação para as Causas dos Santos emite unanimemente uma sentença afirmativa sobre a cura milagrosa da Irmã Marie Simon Pierre, como realizada por Deus de modo cientificamente inexplicável, após intercessão do Sumo Pontífice João Paulo II, confiadamente invocado tanto pela curada quanto por muitos outros fiéis.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Sob o olhar de Deus


Caríssimos irmãos e irmãs quero convidá-los a voltar-se para dentro de si por um instante, e reconhecer quais são as vitórias que você tem contemplado em sua vida. Talvez você seja aquela pessoa que ultimamente só tem enfrentado derrotas. Saiba que Deus lhe abençoou muito. Você não foi criado para ficar prostrado diante desses acontecimentos, e sim voltar-se para Deus, deixando ser encontrado por Seu olhar.
É tempo de voltar para o Senhor! Ele que se deixa encontrar.
Contemplamos no Natal, o nascimento do Menino Jesus, Deus quem vem de encontro à nossa humanidade, Deus que volva seu olhar para nós. Na Epifania de Nosso Senhor, contemplamos a manifestação de Deus, o Deus que se deixa encontrar, tudo isso porque nos ama.
Firmados nesses acontecimentos de nossa fé, somos chamados a levantarmos, voltar para os braços de Deus e deixar ser velado por seu olhar de Pai que tanto nos ama.
Em Cristo Jesus, nos tornamos filhos amados de Deus, seu povo eleito.
“Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gal. 4, 4-6) 
Deus pode tudo, a única coisa que Ele não pode é deixar de nos amar, tudo isso porque Ele é Amor, sua essência é Amor, e é por tanto amor da parte Deus, que em Cristo fomos reintegrados, recebemos a vida eterna, o paraíso que outrora fora perdido por causa do pecado. Na pessoa de Jesus Cristo, podemos contemplar os olhos de Deus sob nós. Deus que cuida de nós qual mãe que cuida de sua criança. E tal qual criança que depende totalmente dos cuidados de sua mãe, assim nós somos dependentes dos cuidados de Deus, o único capaz de suprir nossas necessidades e nossas carências.
Hoje, somos chamados a desviar o nosso olhar de tudo aquilo que não nos trás a felicidade, que rouba nossa paz, tudo aquilo que não nos dá amor e nos afasta de Deus, e deixar-nos ser atraídos pelos olhar de Deus e “olhar a quem nos olha”Permitindo que o  olhar amoroso do Pai nos envolva.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Epifania do Senhor

“Eis que veio o Senhor dos senhores, em suas mãos o poder e a realeza”. 
(Ml 3,1; 1 Cr 19,12)

Caríssimos irmãos,

Celebramos neste domingo a Solenidade da Epifania do Senhor.

O que é a Epifania?

É a manifestação do Salvador a todos os povos e Nações. A manifestação de Deus na pessoa frágil do menino Jesus.

Todos nós somos convidados a nos sentirmos como os Reis Magos, peregrinos na fé, junto com toda a humanidade que enfrenta o cansaço da viagem longa, na busca contínua de um sentido para a vida e para as contradições e percalços da caminhada.
As Sagradas Escrituras nos ensinam a caminhar, a plantar as sementes de nossa fé, vingando águas mais profundas, construindo uma parceria com o Senhor da Vida e a Humanidade.
E essa parceria entre o Senhor e a Humanidade é a festa da manifestação deste Deus que nos convida a viver a vocação “universalista” cantada pelo livro de Isaías na primeira leitura: Jerusalém é agora o centro para o qual convergem as caravanas do mundo inteiro. Esta visão profética, concebida para a restauração da cidade santa depois do Exílio, verifica-se plenamente quando os magos do Oriente, conduzidos por um astro desconhecido, se apresentam na cidade santa, procurando o Messias nascido na cidade de Davi, trazendo-lhe as riquezas das quais falava a visão de Isaías: ouro, incenso e mirra.
Nesse contexto, a humanidade está representada pelos magos do Evangelho, todos os povos da terra que caminham ao encontro do grande desejo de seu coração: o próprio Deus. Ele vem até nós em Jesus, mas temos de dar também nossa ajuda, o nosso passo. 
Nesta solenidade de hoje, Jesus se revela, mostra a sua face a todos os povos, na figura dos Reis que vão adorá-lo, para que todos andem no clarão dessa luz. Assim se realizarão os maiores e mais lídimos ideais da vida: o amor, a paz, a comunhão, a alegria.
Hoje temos a revelação do Deus único e verdadeiro. Em forma conhecida de todos: a forma de um homem, homem e Deus ao mesmo tempo. Realmente, Jesus é o Emanuel, (Is 8,8.10; Mt 1,23), isto é, o Deus conosco.
Jesus é apresentado como “a luz dos povos” (Lc 2,32), é luz para todos.




Os pastores – gente simples do povo – reconheceram o Menino Deus e voltaram ao trabalho “glorificando e louvando a Deus” (Lc 2,20). Os Magos – gente sábia – “encheram de grande alegria e, caindo por terra, o adoraram” (Mt 2,10-11).

Os Magos não foram a Belém apenas para “ver” um menino. Eles foram para adorar, conforme disseram a Herodes (Mt 2,22). E não só adoraram, caíram por terra, reconheceram que o Menino era divino, que o Menino era o Filho de Deus que se manifestou, assim, a eles, da mesma forma como se manifestará a quantos o procurarem e souberem encontrá-Lo na simplicidade.
Na época de Jesus, ouro, incenso e mirra, eram presentes oferecidos a reis, àqueles que eram tidos como deuses. Os magos reconhecem então que o menino que nascera é o único e verdadeiro Rei, o verdadeiro Deus no meio de nós.
Somos convidados hoje, como os Reis Magos a oferecer o nosso ouro, nosso incenso e nossa mirra, a Jesus. E o que viria ser  esses presentes hoje?
Em nossos dias, esses presentes é o nosso próprio coração. O coração torna-se o bem mais valioso que podemos dar a Jesus, reconhecendo sua realeza.
Hoje somos chamados não apenas a ir ao encontro de Jesus, mas somos convidados a adorá-Lo, e numa atitude de entrega ofertar o nosso coração.