sábado, 16 de abril de 2011

Fomos Curados por suas chagas

Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades, o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas (Isa 53,5).

Ao aproximar-nos dos mistérios de nossa redenção, somos chamados, a juntamente com Jesus, percorrer a mesma trajetória por Ele feita.
A liturgia da Semana Santa quer chamar a nossa atenção para este grande mistério de fé, a este grande acontecimento que mudou a história da humanidade.
Iniciamos a Semana Santa com o Domingo de Ramos,  recordando a entrada de Jesus em Jerusalém, onde o povo o recebe e o acolhe com ramos de palmeiras e exclamam: “Hosana ao Filho de Davi” (cf. Mt 21,1-9). O povo de Israel, num primeiro instante, parece reconhecer a majestade de Jesus, porém, o mesmo povo que o acolhe, o condenará à morte quando diante de Pilatos grita: “Crucifica-o” (cf. Jo 19,1-16).
Esta semana é dedicada à meditação do mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
 Damos sequência a esta semana com o Tríduo Pascal, que inicia-se na quinta-feira com a celebração da Última Ceia de Jesus. Em seguida, na sexta-feira Santa, contemplamos o mistério de sua  Paixão e Morte e, no Último dia, sábado à noite, a gloriosa Ressurreição de Jesus.
Na quinta-feira Santa,  celebramos a Última Ceia de Jesus, onde nos é entregue seu próprio Corpo e Sangue. Jesus não quer apenas morrer por nós, mas quer  de uma vez por todas ficar conosco. Por isso se dá inteiramente a nós e diz: “fazei isto em memória de mim” (cf. Mt 26,17-29); instituindo assim, o sacerdócio. E como se não bastasse tudo o que já nos mostrara, nos dando de si mesmo, Jesus quer ainda nos ensinar uma grande lição de humildade colocando-se a lavar os pés de seus discípulos, dando-nos  uma  ordem a ser seguida, a sermos servos uns dos outros, e assim seremos felizes (cf. Jo 13,1-20).
Na  sexta-feira Santa, também conhecida como sexta-feira da Paixão, celebramos a manifestação do amor de Deus por nós, a entrega de seu Filho, sua morte na cruz, para nos salvar, curar nossas feridas causadas pelo pecado em nossas vidas. Somos chamados, nessa celebração, a subir até o calvário, onde se encontra Jesus Crucificado e nos colocar diante d’Ele e adorá-lo. Adorar o autor de nossa justificação, pois sua morte nos garantiu a vida. Nesse dia, ao olhar para a cruz, nosso coração deve não menos ter outro desejo se não o de unir-se em amor a Jesus, consumir-se inteiramente de amor por Ele. São João de Ávila vai nos dizer: “Ó sábia loucura, não viva mais eu sem vós! Senhor, quando vos vejo na Cruz, tudo me convida a amar: o madeiro, a vossa pessoa, as feridas de vosso corpo e principalmente o vosso amor. Tudo me convida a vos amar e não mais me esquecer de vós”.
Guardemos nesse dia o luto pela morte de nosso Deus, até a noite Santa onde, a Vigília Pascal, aguardando ansiosamente a gloriosa Ressurreição de Jesus, para assim podermos cantar : "Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos." (Sal 117,24)




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