“Mas
os que esperam no Senhor renovarão as suas forças...” (Isa 40,31).
A palavra proferida pelo profeta soa a nossos
corações como um convite a depositarmos nossa esperança em Deus em todos os
momentos de nossa vida, seja nos momentos de alegria, seja nos momentos de dor onde o cansaço parecer consumir-nos por inteiro.
Esta promessa
é para nós um impulso a renovar nossa esperança n’Ele. É para nós, um grito de
liberdade. É um convite a libertar-nos de toda opressão causada pelo pecado,
pelas tribulações do dia-a-dia. Somos
convidados, tal qual criança precisando de colo, a nos achegar a Deus, e recostar
nossa cabeça em seu coração amoroso que está pronto a nos acolher e consolar.
O acolhimento por parte de Deus se dá por causa do
imenso amor que ele tem para conosco, Ele nos ama com amor eterno, somos seus
filhos queridos, e Ele quer que lancemos todas as nossas preocupações, nosso
cansaço – causado pelas lutas diárias– em suas mãos.
Ao nos lançarmos em seus braços, nosso coração faz uma profunda experiência com seu coração divino,
levando-nos a compreender que só um coração cheio de amor e misericórdia é
capaz de acolher e restaurar o ânimo daqueles que desanimaram no meio do
caminho, e este coração é o coração de Deus, o qual podemos contemplar ao
olharmos para o Cristo transpassado na cruz.
Deus é tamanho amor e misericórdia, que envia seu
Filho único para morrer por nós (cf. Jo 3,16). E este, por sua vez, também se revela todo
misericórdia ao pronunciar palavras que revelam, ser n’Ele que a promessa
do Pai se cumpre: “Vinde a mim vós todos que estais cansados com vossos fardos
e eu vos aliviarei” (Mt 11,28). Em Cristo todo batizado é reanimado, recebe
novo vigor. É abraçado o Cristo
crucificado que todos os filhos de Deus conseguirão suportar todas as outras
cruzes da vida.
Eis o porquê ao aproximarmos da Cruz de Cristo, ao
meditar este mistério, nosso coração, nossa alma é renovada: porque é da Cruz
de Cristo, e é na Cruz de Cristo, que encontramos a força necessária para nossa
vida, para lidar com os sofrimentos, com as dores da perda e tudo aquilo que
aflige nosso coração. A Cruz torna-se para nós um sinal de esperança,
convidando-nos a unir nossos sofrimentos aos sofrimentos de Jesus, e sentir-nos
consolados por Ele.
Portanto, ao olharmos para a Cruz, devemos recordar
das palavras de Jesus a seus discípulos: “Coragem eu venci o mundo” (Jo 16,33),
e encontrarmos a força para prosseguirmos em nossa jornada rumo ao céu.